As RR Lyrae estão entre as estrelas mais antigas da nossa galáxia e têm propriedades físicas que as fazem expandir e contrair num ciclo regular, permitindo utiliza-las como padrão para medir distâncias galácticas.
Um novo estudo da Universidade da Califórnia em Santa Cruz, nos Estados Unidos, será apresentado no encontro da American Astronomical Society, que decorrerá em Seattle esta semana.
Observar estas novas estrelas RR Lyrae permitiu à equipa mapear os limites externos do halo da Via Láctea, que é muito maior que o seu disco e tem cerca de 100.000 anos-luz de diâmetro, de acordo com Raja GuhaThakurta, astrofísico da universidade.
A Via Láctea e galáxia vizinha, Andrómeda, são tão grandes que quase não há espaço entre as duas galáxias, embora a última esteja a cerca de 2,5 milhões de anos-luz da nossa galáxia.
O Sistema Solar está num dos braços espirais do disco da Via Láctea, no meio do qual está uma protuberância central, e ao redor desta está o halo, que contém as estrelas mais antigas e se estende por centenas de milhares de anos-luz em todas as direções.
O halo é a parte mais difícil de estudar porque os limites externos estão muito distantes e as estrelas são muito poucas em comparação com as altas densidades do disco e do bulbo.
As descobertas são baseadas em dados do Virgo Cluster Next Generation Survey (NGVS), um programa que usa o Telescópio Canadá-França-Havaí (CFHT) para estudar um aglomerado de galáxias localizado muito além da Via Láctea.
Os investigadores tiveram de procurar em pormenor os dados para detetar as estrelas RR Lyrae entre todas as disponíveis no NGVS, cujas medições são de “excelente qualidade”, o que lhes permitiu obter “a caracterização mais fiável e precisa das RR Lyrae nestas distâncias”.
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