“Soubemos que o Estado está a pagar a 239 políticos subvenções vitalícias. Antigos políticos e antigos juízes. Alguns deles estão na prisão a receber subsídios. Isto é inaceitável”, disse André Ventura, no final de um jantar comício em Moura, no distrito de Beja.
Segundo André Ventura, que é o cabeça de lista do Chega à Assembleia Municipal de Moura, um dos 239 antigos políticos e juízes que estão “a receber milhares de euros por mês” em subvenções vitalícias é o antigo primeiro ministro socialista António Guterres, “hoje secretário-geral das Nações Unidas”.
“O homem ganha 20 mil euros por mês das Nações Unidas, não podia abdicar da subvenção vitalícia que tem em Portugal? Era assim pedir tanto?”, questionou.
“Num país onde bombeiros feridos recebem 200 e tal euros por mês, onde muitos pensionistas recebem cento e tal euros por mês ou 200, onde os salários são uma vergonha que todos conhecemos, ter malta a receber milhares de milhares de euros por mês pelo simples facto de terem sido políticos, representa uma enorme vergonha nacional”, lamentou.
André Ventura disse que “cobria a cara de vergonha” se um dia saísse da política e voltasse para a sua vida profissional de professor e “ainda ficasse a chular [ao Estado português] um salário o resto da vida”.
“De mim podem ter a certeza de uma coisa: no dia em que eu abandonar a política, não exigirei um cêntimo do Estado português”, afirmou.
Segundo André ventura, se aos antigos políticos e juízes que recebem subvenções vitalícias “juntarmos a malta que vive [em Moura] em bairros, também a receber subsídios, [Portugal] é um país fixe, como dizia o [antigo Presidente da República Mário] Soares, mas só é um país fixe para alguns, para os que estão a receber”.
“Não é um país fixe para os que trabalham, para os que querem ter uma família e que têm que pagar contas ao fim do mês, que veem a eletricidade a aumentar, o gasóleo a aumentar, a casa a aumentar. Para esses nunca é um pais fixe”, lamentou, referindo que o Chega quer “um país fixe para todos e não apenas para alguns que vivem a essa conta”.
André Ventura lembrou ainda que, na quarta-feira, também se ficou a saber que “metade dos idosos” em Portugal, “hoje em dia, não consegue pagar o aquecimento das suas casas”.
“Este é o país real, não é o país que António Costa anda a vender por todo o país”, lamentou, acusando o primeiro-ministro e secretário-geral do PS de ter feito várias promessas nos últimos dias de campanha eleitoral para as autárquicas de domingo.
“Agora vale tudo, mas durante sete anos que esteve no Governo não conseguiu evitar o básico: metade dos nossos idosos não consegue pagar o seu aquecimento. Que vergonha de país temos. É inacreditável”, lamentou.
André Ventura disse que prefere “não fazer nenhum comentário” em relação “ao desastre que o PSD se tornou”, mas frisou que “ouviu” o presidente dos social-democratas, Rui Rio, dizer na quarta-feira que “talvez possa falar com o Chega, se o Chega se moderar”.
“Nós andámos moderados durante 47 anos”, frisou, acrescentando que se tivesse que dedicar uma música a Rui Rio seria “Paixão”, de Rui Veloso, da qual cantou o excerto “não se ama alguém que não ouve a mesma canção”.
“É é hoje evidente que PSD, CDS-PP, Iniciativa Liberal e toda essa direita fofinha não ouvem a mesma canção que nós [Chega]”, disse, avisando que “não haverá coligações”, porque o partido quer “ser governo em Portugal” e é para isso que vai “lutar”.
André Ventura disse que a sua intuição diz-lhe que o Chega, nas eleições de domingo, “vai ganhar em Moura”, o que, a acontecer, vai provocar “um terramoto” e “uma enorme revolução em Portugal” e “estabelecerá o primeiro degrau” para o partido ser “Governo em Portugal”.
“Vamos assumir a primeira grande vitória do Chega para todo o país e tenho a certeza que nesse dia vamos mudar de vez a face de Portugal”, afirmou, frisando que o que o Chega fizer em Moura, se ganhar, “vai ser exemplo” do que irá fazer “no resto do país”.
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