O comunicado divulgado na segunda-feira referia que o conjunto de documentos iranianos divulgados por Israel é "consistente com o que os Estados Unidos sabem há muito tempo: o Irão tem um programa nuclear robusto e clandestino".
Todavia, entretanto, os serviços secretos dos EUA afirmaram que o acordo nuclear de 2015 congelou o programa do Irão. As autoridades norte-americanas já alteraram a atual declaração, substituindo "tem" por "tinha", referindo tratar-se de um "erro tipográfico".
Na segunda-feira, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirmou que Israel dispõe de “provas concludentes” sobre um programa secreto iraniano para obter armas nucleares.
Para o novo chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Mike Pompeo, a informação divulgada por Israel "é autêntica".
Num comunicado divulgado no próprio dia, Pompeo disse que "reviu pessoalmente muitos dos arquivos iranianos" e que os especialistas dos EUA consideram autênticos os documentos que analisaram até agora.
O antigo diretor dos serviços secretos norte-americanos reuniu-se no domingo com o primeiro-ministro israelita.
Netanyahu, um crítico do acordo internacional sobre as atividades nucleares do Irão, assegurou que o seu Governo obteve “meia tonelada” de documentos secretos iranianos que provam a existência de um programa de armas nucleares.
Questionado se os Estados Unidos estavam cientes há muitos anos da existência deste programa, chamado "Amad", Mike Pompeo afirmou que "é parcialmente verdade".
"Há milhares de novos documentos e informações, ainda estamos a analisá-los, há muito trabalho a ser feito para avaliar o alcance e a extensão disto", acrescentou.
Em contrapartida, a representante para a Política Externa da UE, Federica Mogherini, afirmou na segunda-feira que as alegações do primeiro-ministro israelita não parecem comprovar que o Irão está a violar o acordo nuclear assinado em 2015.
A agência de notícias da República Islâmica (IRNA) do Irão tem desvalorizado as últimas alegações do primeiro-ministro israelita, que considera ser "famoso por programas ridículos".
Por sua vez, a agência de notícias semi-oficial Fars, que se acredita estar próxima da Guarda Revolucionária, apelidou o discurso de Netanyahu como um "programa de propaganda".
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