O juiz Roger Arata, que suspendeu o julgamento até segunda-feira, levantou a possibilidade de adiar para uma nova data este processo mediático que começou a 2 de setembro e deve terminar a 20 de dezembro.

Associações de apoio especializado à vítima de violência sexual:

Quebrar o Silêncio (apoio para homens e rapazes vítimas de abusos sexuais)
910 846 589
apoio@quebrarosilencio.pt

Associação de Mulheres Contra a Violência - AMCV
213 802 165
ca@amcv.org.pt

Emancipação, Igualdade e Recuperação - EIR UMAR
914 736 078
eir.centro@gmail.com

O principal acusado, Dominique Pelicot, de 71 anos, não compareceu às audiências no Tribunal de Avignon, no sul de França, desde segunda-feira, apesar do interrogatório estar marcado para começar na tarde de terça-feira.

Um médico o examinou e "confirmou a necessidade de uma licença nesta quinta-feira e amanhã, sexta-feira, para receber tratamento, com possível internamento, e possível alta na segunda-feira", disse Arata na manhã desta quinta-feira.

Se Pelicot, que sofre de uma infeção, voltar ao tribunal na segunda-feira, serão colocados como "prioridade" o interrogatório e o novo depoimento da principal vítima, agora sua ex-mulher Gisèle Pelicot, informou o magistrado.

Pelicot é acusado de administrar remédios secretamente à mulher para que dezenas de estranhos a violassem, entre 2011 e 2020.

Com o réu, outros 50 homens, entre 26 e 74 anos, podem enfrentar penas de até 20 anos de prisão.

O julgamento tornou-se um símbolo do uso de drogas para cometer agressões sexuais (submissão química) e mobilizou movimentos feministas a relançar o debate sobre o consentimento na França.