Guerra chega à Rússia. Devemos ter medo de armas nucleares?

Beatriz Cavaca
Beatriz Cavaca

Quando parece que a guerra já não tem mais nenhuma reviravolta, o destino acaba sempre por dar mais capítulos a esta saga entre a Ucrânia e a Rússia.

A mais recente foi mesmo o ataque noturno de drones ucranianos em Moscovo, que danificou dois edifícios de escritórios e, segundo um fotógrafo da AFP, chegou mesmo a partir várias janelas dos edifícios atingidos.

Segundo o presidente da Câmara de Moscovo, Sergei Sobyanin, na plataforma Telegram: "Os drones ucranianos atacaram ontem [sábado] à noite. As fachadas de duas torres de escritórios na cidade ficaram ligeiramente danificadas. Não houve vítimas ou feridos".

Mais tarde soube-se que o aeroporto internacional de Vnukovo, em Moscovo, foi brevemente encerrado ao tráfego antes de os voos serem retomados esta madrugada, segundo a agência russa TASS.

"O aeroporto Vnukovo da capital está encerrado para chegadas e partidas e os voos estão a ser redirecionados para outros aeroportos", informou inicialmente TASS, anunciando pouco depois que os voos tinham sido retomados.

Soube-se ainda que aconteceu também um outro ataque que visava a península da Crimeia, anexada por Moscovo em 2014.

Como resultado destas duas ofensivas, e rapidamente durante a tarde deste domingo, seria conhecida a reação de Volodymyr Zelensky.

"A guerra está a voltar gradualmente ao território da Rússia, aos seus centros simbólicos e bases militares, e este é um processo inevitável, natural e absolutamente justo", declarou o dirigente ucraniano.

Disse ainda que "a Ucrânia está a ficar mais forte" e, por isso, o país deve preparar-se para novos ataques às infraestruturas energéticas no próximo inverno. "Temos de estar preparados para isso, tanto a nível estadual como em cada comunidade", acrescentou Zelensky.

Sobre se esta é ou não a nova fase da guerra, isso é impossível saber, mas que a parada está a subir sobre isso já não existem dúvidas. Se um dos lados lança foguetes de alegria pelos avanços no território inimigo, do outro o vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, o polémico Dmitry Medvedev, deixa avisos sobre armas nucleares que podem afetar o mundo inteiro.

Foi na rede social Telegram que Dmitry Medvedev deixou o aviso: se a Ucrânia conseguisse ter sucesso na sua contraofensiva, a Rússia devia responder com um ataque nuclear. A publicação deste domingo foi apenas mais uma na longa lista de ameaças nucleares que o antigo Presidente russo tem feito.

"Imaginem se a ofensiva, apoiada pela NATO, fosse bem-sucedida e eles arrancassem uma parte da nossa terra. Então seríamos forçados a usar uma arma nuclear de acordo com as regras de um decreto do presidente da Rússia", refere. " Simplesmente não haveria outra opção. Portanto, os nossos inimigos devem orar pelo (sucesso) dos nossos guerreiros. Eles estão a garantir que uma guerra nuclear global não seja iniciada".

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