O cessar-fogo em Gaza vai chegar a 15 de agosto?

Alexandra Antunes
Alexandra Antunes

Na quinta-feira, os Estados Unidos, Egito e Qatar exigiram que Israel e o Hamas fechem definitivamente um acordo de cessar-fogo em Gaza, numa reunião marcada para 15 de agosto, com o objetivo de o implementar sem mais demoras.

“Pedimos a ambos os lados que retomem as discussões urgentes na quinta-feira, 15 de agosto, em Doha ou no Cairo, para colmatar todas as lacunas restantes e iniciar a implementação do acordo sem mais demoras”, realçaram os três mediadores, numa declaração conjunta.

A nota, assinada pelo presidente norte-americano, Joe Biden, pelo homólogo egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, e o emir do Qatar, Tamim bin Hamad Al Thani, sublinhou ainda que “é tempo de proporcionar alívio imediato tanto ao povo sofredor de Gaza como aos reféns sofredores e às suas famílias”.

Em reação ao comunicado, o gabinete do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, adiantou que uma delegação israelita vai viajar na próxima quinta-feira para se reunir com os mediadores, com o objetivo de chegar a acordo sobre os detalhes finais do acordo de cessar-fogo.

No dia de hoje, a União Europeia juntou-se ao apelo. “A União Europeia (UE) está com o Egito, Qatar e Estados Unidos da América no apelo para a conclusão, sem demoras, do acordo para um cessar-fogo e libertação de reféns”, escreveu o Alto-Representante cessante para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Josep Borrell, na rede social X.

Os 27 países do bloco comunitário “reiteram o apoio total para a mediação que acabe com este ciclo de sofrimento insuportável”, acrescentou Josep Borrell. “O acordo vai abrir caminho para uma diminuição das tensões na região”.

Por cá, o Ministério dos Negócios Estrangeiros manifestou-se numa publicação na rede social X. “O Governo português apoia convicta e ativamente o apelo conjunto do Presidente dos EUA, do Presidente do Egito e do Emir do Qatar para finalizar as negociações do acordo de cessar-fogo no conflito de Gaza”, pode ler-se.

Na mesma mensagem, o Governo português, através do ministério tutelado por Paulo Rangel, insta as partes a retomarem negociações.

Também hoje, o presidente de França, Emmanuel Macron, e o chanceler alemão, Olaf Scholz, manifestaram apoio aos esforços diplomáticos de Estados Unidos, Qatar e Egito para o cessar-fogo.

Macron insiste na necessidade de colocar um fim às hostilidades na Faixa de Gaza, alegando que é o melhor para a população de Gaza, para os reféns capturados pelo Hamas e para a estabilidade regional.

"A guerra em Gaza deve parar. Isto deve ficar claro para todos (...) Todo o apoio da França aos mediadores norte-americanos, egípcios e qataris", escreveu o presidente francês numa publicação no seu perfil oficial na rede social X.

O chanceler alemão utilizou os mesmos meios para reiterar a sua “profunda preocupação” com a situação no Médio Oriente, razão pela qual apoia os esforços de Biden, Al Sisi e Al Zani para “iniciar a implementação de um cessar-fogo e de um acordo para a libertação dos reféns".

Também o Governo espanhol disse estar em sintonia com os esforços de mediação. Num comunicado oficial, a diplomacia espanhola reitera a sua exigência de um cessar-fogo que permita a entrada de ajuda humanitária e a libertação de reféns, que contribua para evitar uma escalada de violência regional e que facilite o progresso na aplicação da solução de dois Estados, Israel e Palestina, vivendo em paz e segurança.

*Com Lusa

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