Telegram. Estará o ocidente perto de desencriptar a arma de propaganda russa?

Maria da Graça Polaco
Maria da Graça Polaco

O Kremlin alertou hoje Paris para que não tente "intimidar" o fundador do Telegram, Pavel Durov, que foi detido em França por supostamente não ter adotado medidas para impedir o uso criminoso da plataforma de mensagens.

A prisão do fundador do Telegram em França chocou as autoridades russas e a máquina de propaganda da guerra, que temem que Durov entregue as chaves de encriptação aos serviços de inteligência ocidentais. A plataforma tem sido utilizada como "arma de guerra", mesmo em campo de batalha porque os meios militares estão obsoletos.

Já esta segunda feira, Emanuel Macron tinha descartado que a decisão da justiça tivesse motivações políticas.  Mas parece agora impossível dissociar o conflito entre a Rússia e a Ucrânia do caso de prisão em França.

Hoje explicámos quem é este bilionário enigmático, outrora conhecido como o “Zuckerberg russo”, e o que levou à sua detenção.

O SAPO 24 explicou também o que é a rede de mensagens instantâneas. Desde que as forças de Moscovo invadiram o território ucraniano em 2022, o Telegram, que tem mais de 900 milhões de utilizadores ativos, tornou-se uma plataforma crucial para os internautas pró-guerra justificarem a ofensiva e espalharem desinformação na Ucrânia e no Ocidente.

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, também publica o seu discurso noturno diário neste serviço de mensagens criptografadas, embora a aplicação não pareça ter a mesma importância militar para Kiev.

A polícia francesa prendeu no sábado, 25 de agosto, o CEO do Telegram, Pavel Durov, no aeroporto Le Bourget, por crimes relacionados com a aplicação de mensagens, anunciaram autoridades, que prolongaram a medida de coação, na noite de domingo.  A prisão preventiva do fundador da plataforma digital viria a ser novamente prolongada até quarta-feira.

Do terreno e de ambos os lados, os relatos são de violência. Se a Ucrânia afirma ter tomado 100 localidades na Rússia, já o país de Putin bombardeou Kiev duas noites consecutivas.

Sobre a paz o discurso volta a ser mais político do que prático. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, anunciou hoje que pretende apresentar, já em setembro, ao seu homólogo dos Estados Unidos, Joe Biden, um plano para pôr fim à guerra com a Rússia.

Também o líder do país mais populoso do mundo, reeleito recentemente, diz que é a favor do final rápido da guerra. O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, disse hoje ao presidente russo, Vladimir Putin, que é favorável a um fim “rápido” do conflito na Ucrânia.

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