“Gostaria de apelar a todas as partes para que atuem com a máxima contenção para evitar um acidente nuclear que possa causar graves consequências radiológicas”, frisou Grossi, num comunicado divulgado pela agência nuclear da ONU.
“Estou pessoalmente em contacto com as autoridades competentes de ambos os países e continuarei a acompanhar o assunto”, garantiu ainda.
A central de Kursk possui seis reatores, embora apenas dois estejam totalmente operacionais, explicou a agência internacional, num comunicado em que não se referiu detalhadamente aos acontecimentos ocorridos esta semana nesta região russa.
Rafael Grossi apontou a “significativa atividade militar” e lembrou, como já fez no caso das centrais nucleares localizadas na Ucrânia, incluindo Zaporijia, que a “integridade física” deste tipo de instalações deve ser sempre garantida.
“Isto aplica-se independentemente de onde esteja localizada” a central nuclear, acrescentou.
A região de Kursk, vizinha do município de Lipetsk e que faz fronteira com a Ucrânia, enfrenta desde terça-feira uma incursão ucraniana.
Mais de mil soldados ucranianos e dezenas de veículos blindados estão envolvidos no ataque, lançado de surpresa, avançou o Estado-Maior russo, que disse estar a fazer tudo para os repelir.
As forças ucranianas continuaram ao longo de quinta-feira com rápidos avanços na região russa de Kursk e alcançaram áreas localizadas a 35 quilómetros da fronteira entre os dois países, de acordo com o Instituto para o Estudo da Guerra na sua última análise de imagens geolocalizadas.
No entanto, a maioria das fontes ucranianas e todas as fontes oficiais, como o Estado-Maior do Exército ucraniano, mantêm-se em silêncio sobre os detalhes do ataque em curso.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
As informações sobre o curso da guerra divulgadas pelas duas partes não podem ser confirmadas de imediato de forma independente.
A Ucrânia tem contado com ajuda financeira e em armamento dos aliados ocidentais desde que a Rússia invadiu o país.
Os aliados de Kiev também têm decretado sanções contra setores-chave da economia russa para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra na Ucrânia.
Já no terceiro ano de guerra, as Forças Armadas ucranianas têm-se confrontado com falta de soldados e de armamento e munições, apesar das reiteradas promessas de ajuda dos aliados ocidentais, que começaram entretanto a concretizar-se.
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