“O Serviço Nacional de Informações [sul-coreano, NIS na sigla em inglês], através da cooperação em tempo real com a Agência Especial de Informações da Ucrânia [SBU, na sigla em ucraniano], (…) confirmou que os militares ucranianos capturaram dois soldados norte-coreanos no dia 09 de janeiro no campo de batalha de Kursk, na Rússia”, disse o NIS.
Em comunicado, o NIS disse que um dos soldados capturados revelou durante o interrogatório que tinha recebido treino militar das forças russas depois de ter chegado à Rússia em novembro.
“Inicialmente, acreditou que estava a ser enviado para treino, mas ao chegar à Rússia percebeu que tinha sido destacado” para a frente de combate, disse o NIS.
O soldado disse que as forças norte-coreanas sofreram “perdas significativas durante os combates”, acrescentou o comunicado.
De acordo com o SBU, os norte-coreanos disseram aos interrogadores que eram soldados experientes.
O NIS disse que continuaria a trabalhar com o SBU para partilhar informações sobre os combatentes norte-coreanos na Ucrânia.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, anunciou no sábado que o exército capturou dois soldados da Coreia do Norte na região russa de Kursk, onde as forças ucranianas estão presentes desde agosto passado.
“Dois soldados, embora feridos, sobreviveram e foram transportados para Kiev, onde agora estão em contacto com o Serviço de Segurança da Ucrânia”, adiantou o chefe de Estado ucraniano, numa mensagem nas redes sociais.
A captura, referiu, “não foi tarefa fácil”.
“As forças russas e outros militares norte-coreanos geralmente executam os seus feridos para apagar qualquer prova do envolvimento da Coreia do Norte na guerra contra a Ucrânia”, disse, agradecendo aos soldados do Grupo Tático n.º 84 das Forças de Operações Especiais das Forças Armadas da Ucrânia, bem como aos paraquedistas, que capturaram os dois militares.
O Presidente informou ainda que “como com todos os prisioneiros de guerra”, os dois soldados norte-coreanos estão a receber “a assistência médica necessária”.
Zelensky indicou ainda ter dado indicações para que os jornalistas tenham acesso a estes prisioneiros.
“O mundo precisa de saber a verdade sobre o que está a acontecer”, afirmou.
Esta semana, o Presidente cifrou em quatro mil as baixas norte-coreanas na região russa de Kursk, para onde, segundo os serviços de segurança de Kiev, foram enviados 11 mil efetivos de Pyongyang para apoiar as forças de Moscovo.
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