Apesar de "não concordar" e não se conformar com a medida mais gravosa aplicada a Rosa Grilo (mulher da vítima) e a António Joaquim, alegado cúmplice, a advogada de defesa Tânia Reis disse "compreender" a situação.

Na sua opinião, os dois suspeitos deviam ter ficado em liberdade, embora sujeitos a apresentações periódicas às autoridades, considerando que esta medida de coação mais leve "acautelava todas as necessidades" que o tribunal entende necessárias para o decurso do inquérito.

Tânia Reis revelou que os dois arguidos prestaram declarações durante o interrogatório judicial, sem precisar, contudo, se responderam a todas as perguntas sobre os factos que lhe são imputados e que configuram os crimes de homicídio qualificado, profanação de cadáver e posse de arma ilegal.

Durante o interrogatório, disse ainda a advogada, foram apresentadas as "provas indiciárias" relativas aos crimes em causa.

Após ter sido determinada a aplicação de prisão preventiva, a advogada requereu que o arguido António Joaquim cumpra aquela medida de coação numa "cela isolada", devido ao facto de ser funcionário judicial.

O tribunal aplicou a prisão preventiva aos dois suspeitos da morte de Luís Grilo, após considerar que se verificaram todos os pressupostos dos crimes imputados aos alegados autores da morte de Luís Grilo.

Em comunicado divulgado após a inquirição dos arguidos Rosa Grilo (mulher da vítima) e António Joaquim, alegado cúmplice desta, o tribunal de Vila Franca de Xira refere que se verificam ainda os perigos constantes no artigo 204 do Código de Processo Penal (CPP), que justificam a aplicação da prisão preventiva, a mais gravosa das medidas de coação, previstas no CPP.

A nota do tribunal adianta ainda que existe "perigo de fuga, perigo de perturbação do decurso do inquérito (mormente na vertente de aquisição, conservação e veracidade da prova) e perigo de perturbação da ordem e da tranquilidade pública (atendendo à natureza dos ilícitos em causa e a visibilidade social que a prática daqueles crimes implica)".

Reunidos todos estes pressupostos e verificados os elementos objetivos e subjetivos da prática dos crimes de homicídio qualificado, profanação de cadáver e posse de arma proibida, o tribunal decidiu aplicar a prisão preventiva aos arguidos enquanto decorre o inquérito-crime, dirigido pelo Ministério Público.

O interrogatório judicial aos dois suspeitos da morte do triatleta teve início na sexta-feira, no Tribunal de Vila Franca de Xira, pela juíza de instrução criminal Andreia Valadas, indicou à Lusa a advogada dos arguidos, Tânia Reis.

Rosa Grilo, de 43 anos, e António Joaquim, de 42 anos, chegaram ao tribunal na sexta-feira, às 13:45. Ambos foram detidos na quarta-feira à noite pela PJ.

Luís Grilo, de 50 anos, residente na localidade das Cachoeiras, no concelho de Vila Franca de Xira, distrito de Lisboa, desapareceu em 16 de julho.

O corpo do triatleta foi encontrado com sinais de violência e em adiantado estado de decomposição, no concelho de Avis, distrito de Portalegre, a mais de 130 quilómetros da sua casa, mais de um mês depois do desaparecimento.

O cadáver foi encontrado perto de Alcôrrego, num caminho de terra batida, junto à Estrada Municipal 1070, por um popular que fazia uma caminhada na zona, e que alertou o posto de Avis da GNR.

Antes, o telemóvel da vítima tinha sido encontrado nos Casais da Marmeleira, a seis quilómetros de casa, já no concelho de Alenquer.

Segundo a PJ, Luís Grilo foi morto com um tiro na cabeça, acrescentando que a arma de fogo já foi recuperada, assim como outros elementos de prova.

“A investigação apurou que os factos terão ocorrido no passado dia 15 de julho, tendo a vítima sido atingida por um disparo de arma de fogo na caixa craniana, o qual lhe terá provocado a morte”, indicou a PJ em comunicado divulgado na quinta-feira.

Porque o seu tempo é precioso.

Subscreva a newsletter do SAPO 24.

Porque as notícias não escolhem hora.

Ative as notificações do SAPO 24.

Saiba sempre do que se fala.

Siga o SAPO 24 nas redes sociais. Use a #SAPO24 nas suas publicações.