-
-
Na tua multidão ou na minha?
Esta semana começa o campeonato de futebol. Mas, mesmo que o que se segue lhe pareça vagamente familiar com o pior do futebol, não tem nada a ver. Até porque para os verdadeiros fãs, o futebol é o melhor pretexto para se ser um selvagem, mas sempre com princípios. Que é exactamente o que não se pass -
O reino deles por um Califado? O que move árabes, turcos e radicais
Sultões há muitos - são como reis. Mas só existe um Califa, o sucessor legítimo de Maomé, equivalente ao Papa dos cristãos. Durante séculos disputou-se quem teria direito ao título, com vários pretendentes lutando entre si, até à formação do Império Otomano, cujo sultão a partir de 1517 passou a usapor Rute Sousa Vasco -
Somos só pessoas estupidamente normais
Há semanas em que todos aqueles que escrevem sobre o que se passa no mundo não evitam o que, em regra, tentam evitar. Ou seja, escrever sobre as mesmas coisas que outros já escreveram. Quem publica à sexta-feira, depois de uma semana intensa de acontecimentos (Nice, Turquia, Convenção Republicana, ppor Rute Sousa Vasco -
O que faz falta é animar a malta. Da banca, claro.
O vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Vítor Constâncio, foi orador numa conferência organizada pela Universidade de Navarra onde, naquele jeito cabisbaixo de quem quer passar despercebido, partilhou com a audiência a sua visão sobre o que faz falta nestes tempos pós-Brexit. Disse Constân -
Não é como acaba. É como começa.
Não, não é um engano. A frase-talismã da selecção portuguesa virada do avesso é perfeita para retratar aquilo a que estamos a assistir por estes dias na Europa das nações. A sucessão de declarações infelizes, a falta de vontade para o consenso, as velhas intrigas e rivalidades postas a nu. Começa aspor Rute Sousa Vasco -
O passado é sempre imprevisível
Só mesmo os desatentos podem pensar que afinal está tudo na mesma. Nesta segunda-feira, dia 13 de junho, Espanha assistiu ao debate entre os quatro principais candidatos às eleições de 26 de junho. Rajoy, Sánchez, Rivera e Iglesias. Um debate que contou com uma audiência de 10 milhões de pessoas e qpor Rute Sousa Vasco -
O Portugal de "mexam esse traseiro" e o Portugal de "o meu irmão bateu-me primeiro"
Na semana que hoje termina, duas entrevistas merecem uma leitura atenta. Ambas falam de Portugal e dos portugueses, ambas trazem uma visão do que somos não encapsulada no que fica bem a toda a gente dizer que somos. Os entrevistados são de áreas políticas bastante diferentes e têm uma visão do mundopor Rute Sousa Vasco -
Angola não é nossa e a banca nunca foi
A memória dos 500 anos de colonização portuguesa é preciosa numa semana em que João Salgueiro comparou a actual situação da banca em Portugal às ex-colónias. João Salgueiro, 81 anos, além de um economista reputado, foi Ministro de Estado e das Finanças, vice-governador do Banco de Portugal e presidepor Rute Sousa Vasco -
As coisas que os homens e algumas mulheres nos explicam
Só ontem encarei o mais recente livro de Rebecca Solnit publicado em Portugal, intitulado "Os homens explicam-me coisas". Além de um título capaz de fazer revirar os olhos a muitos, o que é sempre de saudar, a contracapa conta com um excerto imperdível. "Solnit começa por contar um episódio cómico,por Rute Sousa Vasco -
Vamos pôr Portugal no sítio
Um dos argumentos que sempre me tirou do sério naqueles tempos em discutíamos a troika e que Portugal não era a Grécia residia, precisamente, na certeza acintosa e moralista com que esta frase era dita. Portugal não era a Grécia, porque a Grécia estava (e está) cheia de gregos e os gregos são aquelepor Rute Sousa Vasco -
Não é mau – é péssimo. E isto é piners!
Era uma vez um banco muito, muito mau, um banco tão mau, tão mau, que, na realidade, era um banco péssimo. Depois veio um Estado, tão comprometido, tão comprometido, que, na realidade, era um Estado incapaz. E depois chegaram os cavaleiros da resolução que em três tempos decidiram que o Estado incappor Rute Sousa Vasco -
Bem-vindos ao cabaret. Willkommen, Bienvenue, Welcome.
Há temas que podemos apostar, logo quando surgem, que rapidamente vão fazer parte da galeria dos debates fracturantes da nação. O encerramento de salas de espectáculo ou lugares com história ou histórias é garantidamente um deles. Na sua crónica no Observador, Helena Matos chama-lhes ‘espaços míticopor Rute Sousa Vasco -
Não leia que não vale a pena. Afinal, não está a pensar envelhecer, ou está?
Somos hoje uma sociedade de insatisfeitos, de excluídos e de lesados. E, quais ratinhos na roda, parece que não conseguimos sair do mesmo sítio, por muito que todos os sinais nos apontem para uma provável dissonância cognitiva entre o que sabemos e o que fazemos. A forma como decidimos quem é ou nãopor Rute Sousa Vasco -
Desculpe-me, senhor presidente, não queria faltar-lhe ao respeito
Fazer rir é difícil. É muito mais difícil do que fazer chorar. Fazer humor é, por inerência, mais difícil do que fazer drama e em Portugal é ainda mais difícil. Desde a falta de inteligência até ao excesso de preconceitos, vale quase tudo para que vingue o grande desígnio da nação que é, continua apor Rute Sousa Vasco -
O Orçamento de Estado é uma alheira
Não é um trocadilho fácil – apesar de a tentação ser grande. Mas não é esse o móbil. Na tarde de ontem, quinta-feira, a Assembleia da República discutiu não um, mas quatro diplomas que visam defender a alheira. Não qualquer alheira, mas a alheira de Trás-os-Montes, cujo consumo tem sido afectado despor Rute Sousa Vasco -
A última piada que ouvi? Que o nosso problema era (só) com os políticos
Das eleições presidenciais cuja campanha para a primeira ou única volta hoje termina, já se ouviu dizer muita coisa. Que são maçadoras, que são favas contadas, que são pitorescas, que não interessam para nada, que põem fim ao cavaquismo, que são plurais, que puxam pelas mulheres, que são uma fantochpor Rute Sousa Vasco -
Não se consegue controlar estas pessoas. Ou um filme que já todos vimos.
O telefone tocou, a taxista activou a opção "alta voz" e eu, no banco de trás, fui espectadora do que se seguiu. "Muito bom dia, tenho o prazer de estar a falar com a senhora fulana de tal?". A taxista confirma, enquanto continua a driblar o trânsito de Lisboa. "Senhora fulana de tal, fala do Banco -
À espera do comboio na paragem do autocarro
Desmonta-se a árvore de Natal, empacotam-se as bolas e as luzes, guardam-se as passas e o champanhe que possam ter sobrado do réveillon. Acabou-se o bolo-rei, mas a festa talvez ainda não.por Rute Sousa Vasco -
Os novos super-heróis vestem fato e gravata
Do Japão chegam ideias estranhas, modos de vida que não compreendemos e uma cultura que desafia os nossos cânones ocidentais. Os japoneses são aquele povo esquisito que nos dá sempre a impressão de estar entre a Idade Média e o século XXII. Mas desta vez há uma nova mania nacional no Japão que me arpor Rute Sousa Vasco -
Max, o pai e a mãe prometem-te que vão salvar o mundo
Por acaso tem 45 mil milhões de dólares que não lhe façam falta? Se for o caso, saiba que pode comprar o futuro e de caminho não pagar mais impostos. Melhor é impossível.por Rute Sousa Vasco -
O mérito é uma ideia perigosa
O mérito é bom. A meritocracia é uma ideia de uma sociedade evoluída. Mas, como acontece em tantas outras situações, nada pior para estragar uma boa ideia – uma ideia com mérito – do que usá-la a pretexto de tudo e de nada e esquecê-la olimpicamente quando efectivamente deve ser invocada.por Rute Sousa Vasco -
Uma sexta-feira como outra qualquer
"Quando regressam do Espaço, os astronautas vêm sempre um pouco diferentes porque viram a fragilidade da Terra."por Rute Sousa Vasco -
O dia a seguir ao 25 de Novembro
Lamento, mas não me lembro. O que felizmente me dispensa de manifestações exacerbadas sobre o perigo comunista ou sobre a reacção fascista. Sei o que aconteceu, li nos livros da História, acho que compreendi razoavelmente bem os factos e o contexto da época, mas, desculpem lá, estamos em 2015 e nãopor Rute Sousa Vasco