“Bandeiras”, “apostas”, “paixões” e “compromissos” é coisa que não nos tem faltado. Uns mais à direita, outros mais à esquerda. Todos a sucederem-se, muitas vezes revertendo os que vinham de trás. O que nunca tivemos foram políticas estáveis que permitam o investimento, o crescimento e a criação de
A pedagogia, a pressão e denúncia públicas e a liberdade de escolha dos utilizadores serão, no fim do dia, os meios mais eficazes para prevenir os excessos de zelo e as práticas abusivas das plataformas electrónicas na selecção de informação
O deslumbramento por declarações de economistas estrangeiros não faz sentido, sobretudo quando, por regra, esses economistas conhecem o país e a nossa economia muito pior do que os seus colegas portugueses e não têm qualquer capacidade de decisão sobre o país.
Começamos a ter saudades dos velhinhos PCP e Bloco de Esquerda, sempre atentos e vigilantes a tudo o que tivesse um aspecto mais duvidoso nos negócios, fossem eles públicos ou privados. Mas o poder está a "normalizá-los".
A prevenção e combate aos fogos florestais é um assunto que precisa de todos os ingredientes em que, por regra, somos medíocres: estudo e planeamento, acção coordenada e colaboração entre várias "capelinhas", estabilidade de políticas, avaliação e eventuais correcções.
As limitações externas ao direito de informar podem ser um caminho sem fim. Hoje é o nome dos terroristas, para tentar evitar mais atentados. Amanhã pode ser o próprio acto terrorista, cuja omissão informativa, se fosse possível, seria ainda mais eficaz nesse propósito de travar a repetição.
Nenhum país sobrevive se apenas puder optar entre velhas ilusões e novas privações. Mas é com isso que governo e oposição de direita estão a confrontar o país.
Terrorismo, derrocada da banca, extremismos. O pior caminho que podemos trilhar é o de olhar para isto tudo como uma nova normalidade, encontrando um outro equilíbrio e o conforto possível. Porque daí não virão nunca respostas, nem soluções, nem mudanças tão firmes quanto sensatas.
Entretidos em discussões rascas e estéreis entre blocos partidários já perdemos o fio ao essencial (admitindo bondosamente que alguma vez o tivemos): como saímos desta enrrascada que se vai arrastando, uma vezes melhor e outras pior, mas sem que haja uma estratégia entendível que garanta o mínimo do
A cada dia que passa a Europa torna-se um local mais instável. Em caso de tempestade, a debilidade da nossa economia, das nossas finanças e dos nossos bancos fará de Portugal uma das primeiras vítimas. Tudo isto recomendaria um reforço da cautela, das margens de segurança e de "dinheiro nos cofres"
As lideranças fracas tenderão mais a "chutar para referendo" as decisões que potencialmente dividam o país ao meio, onde o deve e haver da mercearia eleitoral não é claro. E fica sempre bem dizer que se dá "a voz ao povo"
O medo de indispor banqueiros vigorava no Banco de Portugal, até porque as portas giratórias entre regulador e regulados não são um exclusivo da política. A supervisão com base nos quilométricos relatórios enviados pelos supervisores era a prática comum, ficando o BdP refém da auto-denúncia. E esper
Ao recusarem um inquérito parlamentar à Caixa, o que o BE e o PCP nos estão a dizer é que o "assalto" a um banco é legítimo desde que esse banco seja público. Que todos negócios com compadrio político são aceitáveis desde que sejam combinados entre um gabinete ministerial e uma administração por est
A Autoeuropa é o exemplo mais mediático e de maior dimensão de que muito do nosso fado laboral não tem que ser uma inevitabilidade e que o maniquísmo do "nós contra eles" é um disparate quando o que está em causa é a manutenção de postos de trabalho e o rendimento dos trabalhadores, a vitalidade de
A inversão de papéis é, a maior parte das vezes, um teste à coerência de muita gente. E é isso que estamos a confirmar nesta prolongada, mas saudável, discussão sobre os contratos de associação entre o Estado e escolas privadas.
A memória que Zeinal Bava tinha perdido para dar explicações sobre 900 milhões de euros regressou agora para justificar como 18,5 milhões vieram do GES para uma conta sua.
As coisas são como são e a absoluta falta de manobra dos governos nacionais está nos caminhos em que esses governos - passados e presentes - se foram metendo, hipotecando a soberania durante muitos e duros anos.
Se as empresas fazem contas aos custos da maternidade, vamos então jogar com as mesmas regras: tornar os custos salariais das mulheres mais baixos na fatia que reverte para o Estado
As declarações de fim de austeridade, de renegociação de metas orçamentais, de projectos de reestruturação da dívida, de um "novo ciclo", um "tempo novo", de umas verdades que Bruxelas ia ter que ouvir e afins deram origem, afinal, a um Orçamento do Estado e a um PEC que cumpre as metas impostas pel
Mais de 30 anos depois da abertura do sector, das privatizações e da desregulação, voltamos a andar com a banca ao colo e a pagar o lastro de dívidas que vão deixando. Alguma coisa de estrutural haverá para mudar também no sector financeiro, não?
Não há solução para os "off-shores" que não seja global. Enquanto existir um, o dinheiro sujo irá lá parar. Pior do que não cobrar ou cobrar poucos impostos é garantir o sigilo absoluto dos seus beneficários e recusar colaborar com as autoridades de outros países em investigações fiscais ou criminai
Com o garrote da austeridade mais aliviado, era bom que evitássemos o regresso a essa forma enviezada de olhar para as intervenções do Estado: a virtuosidade das políticas públicas está nos resultados que podem produzir e não na dimensão de despesa que fazem.
O edifício kafkiano que o Estado continua a construir para fazer a redistribuição de rendimentos é assustador. São dezenas, centenas, de mecanismos, sistemas, subsídios, benefícios, taxas e taxinhas que, nalguns casos, consomem mais recursos na burocracia do que a chegar às famílias.
Marcelo terá um mandato difícil. A descompressão que promete e será certamente capaz de cumprir pode ser uma ajuda mas não resolve tudo. No fim do dia, a substância das suas decisões e a forma como exercer os seus poderes serão também essenciais